domingo, 14 de abril de 2019

A VOZ DOS AVÓS: A ANCESTRALIDADE EM MIM, EM TI E EM NÓS

#365diasDoIndio 
Seriado 2018 - publicação das ações decorridas no ano. #vivatimbauva @vivatimbauva #timbauva20anos 




Lançamento do livro: A VOZ DOS AVÓS: A ANCESTRALIDADE EM MIM, EM TI E EM NÓS



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Foto: Anabel Gerber

No museu da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

O lançamento do livro no Museu da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFEGS), foi um evento com a presença de alunos, pais, avós, professoras e professores das escolas que o produziram. “(...) uma produção coletiva com reunião de textos e ilustrações da EEIEF Nhamandu Nhempu,ã participa com grande emoção de mais um livro em parceria com a EMEF Ana Ana Íris do Amaral, este é o terceiro livro que surge do encontro intercultural, a partir da Semana Com a Cultura 
Guarani Mbya, realizada anualmente, na Tekoa Pindó Mirim pela comunidade.” (Professor Nhande Jaryi Kuery Hayu, e outros, da EEIEF Nhamandu Nhemopu’ã) (...)

Com seção de autógrafo dos autores na tarde do dia 19 de dezembro de 2018, e as alunas da Turma B31  Brenda Muller Condrad, 11, 
Yasmim Meireles Schill, 12, Victória Nascimento Neumann, 11 e Giovana dos Santos Oliveira, da turma C21 da Escola Timbaúva produziram a cobertura midiática registrada neste post.

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Foto de Anabel Gerber. UFRGS, 2018.
Geovana Oliveira entrevista aluna Mariele.
Acima com seu pai.
Fotos: Anabel Gerber


Foto de Anabel Gerber. UFRGS, 2018.
Geovana, 17, entrevista Diretora do
Museu Professora Cláudia Aristimunha



















 



 “O Museu da UFRGS, instituição de caráter multidisciplinar, tem como objetivos gerais potencializar a interação da sociedade com a sua produção técnica, científica e cultural bem como com seus testemunhos históricos. Dentro desta perspectiva, entendemos a educação para o patrimônio como um processo sistemático e permanente, que busca incentivar os indivíduos a uma ação direta de conhecimento, apropriação e valorização do patrimônio cultural. “ (...) (https://www.ufrgs.br/museu/).


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Inicialmente houve a fala de abertura do evento da professora que o coordenou Ana Cristina Mota (1), seguida pela fala diretora da Escola Estadual Indígena Nhamandu Nhemopu'ã. Fala sobre a importância deste livro que registra a cultura Guarani Mbya pelo projeto da Escola Ana Íris, características da cultura referida e do trabalho educacional realizado na escola. (2) Chama o Professor Irineu Borges Gomes que fala da importância da ancestralidade nesta cultura que as crianças registraram fragmentos verossímeis (3). A seguir a palavra é entregue à Diretora do Museu Professora Cláudia Aristimunha (4). Que registra a importância de o Museu acolher esta ação de interculturalidade e valoriza os atores principais, os sujeitos deste registro famílias, alunos/as e professores/as. 



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       A diretora Alessandra Santos  retoma a palavra e no conjunto de sua fala narra de forma brilhante as relações culturais, interculturais, à luta histórica dos nossos primeiros povos o seu modo de ser e viver, os cuidados dos mais velhos, como um compromisso natural, coletivo, solidário, afetivo, amoroso dos ancestrais para com as crianças, enfim muitos valores preciosíssimos desta cultura com a qual temos muito a aprender.
Nesta matéria você pode sorver em fotografias e entrevistas das alunas da nossa Escola, a Timbaúva, e se quiser pode ler a transcrição das falas, aqui.
Seguem abaixo a transcrição das falas, vídeos das entrevistas e fotografias das escolas na UFRGS e na Aldeia Tekoá Pindó Mirim.

 Ana Cristina Motta agradece a equipe do museu, em especial a diretora Cláudia, com toda a disposição, carinho, profissionalismo e essa parceria foi fundamental então meu muito obrigada.
Sem o trabalho e o envolvimento de cada um de nós, não estaríamos aqui hoje fechando e fazendo a culminância deste projeto, e agora um agradecimento especial vai para as nossas crianças, os nossos alunos e temos alunos da EJA também, e hoje são autores e ilustradores que vão autografar o livro produzido por muitas mãos, corações e ouvindo a voz dos avós. Aplauso.

Em primeiro plano Alessandra Santos,
diretora da Escola Nhamandu Nhemopu'ã
            Alessandra Santos, diretora da Escola Nhamandu Nhemopu'ã: "Como a tecnologia falhou vamos com a voz mesmo, eu gostaria que junto comigo estar aqui o grupo do coletivo dos professores: supervisora da escola, a Professora Rita, de Português, a Professora Adriana, o Professor Guarani Irineu, que estão aqui presentes. Gostaria de, primeiramente,  dizer que aqui é, em Porto Alegre participam do projeto duas turmas de terceiro ano da escola Ana Iris, mas lá  na Escola Nhamandu Nhemopu'ã, faz partre todo o coletivo de alunos da escola.  Com alunos de várias idades fazendo este trabalho bilíngue. Hoje mesmo me perguntaram, numa entrevista, aqui no lançamento, se eles falam guarani? Sim. Eles falam e escrevem em Guarani, a sociedade branca que somos nós, muitas vezes, torna invisível a sociedade indígena perante a nossa sociedade. Vamos colocar o dedo na nossa própria consciência e saber que nós temos professores dentro de uma escola,  uma escola pública municipal de Porto Alegre, fazendo um trabalho que possa construir uma relação, e que nós, não estamos sozinhos. Nós brancos que estamos trabalhando com o povo guarani, não estamos sozinhos, tem pessoas que fazem esse trabalho também, e a nossa sociedade tem que saber que eles estão presentes, que eles são leitores e escritores bilíngues.
            Hoje nós não sabemos o Guarani que é a nossa língua originária desta Terra. Nós a esquecemos, porque fomos colonizados pelo português.  Fomos colonizados! E de alguma forma fomos massacrados dentro da nossa própria língua.
            Então assim, o povo guarani hoje resiste e persiste e vai resistir a novos tempos. E nós estamos lá, para resistir pela demarcação de terras, pela (...) cultura, da língua, da educação, da saúde.
Como uma militante, como uma professora de coração, além de ser funcionária pública eu sou amante pela causa daqueles que hoje se diz serem minoria, mas não. São a grande maioria  sofrida pela opressão política. Agradeço aqueles que lutam, é uma gratidão poder fazer parte de um coletivo, que também resiste todos os dias indo lá (à escola), com as maiores dificuldades de um estado, que às vezes, nós não temos salário, mas a gratidão está no dia a dia. … Eu quero dizer: aguathevência, pela luta, às crianças que hoje abrilhantaram aqui, sentadas esta tarde. É de coração que eu digo isso e agradecendo a vocês, pelo tempo de vocês de estarem aqui ouvindo isso. Por que não é apenas um livro, é uma História Ancestral, que vem de um povo que existe há mais de 500 anos aqui. Agradeço mesmo, e a essas grandes guerreiras e ao cacique, que hoje não está aqui porque está na luta, ele pede para entregar a essas guerreiras, um presente representando a maior ancestralidade que são os avós, que é a ancestralidade primeira, é a linguagem primeira cultural. O cacique pediu para entregar para vocês a homenagem, porque a gente sabe o quanto vocês trabalharam, aqui  no mundo de vocês, no nosso mundo, aquilo que, para de alguma forma se materializar cultura guarani, por que nós só conhecemos o que está no papel, infelizmente, nós não damos valor à linguagem, à cultura oral, à cultura num todo. Mas estamos aqui lutar bravamente, para difundir esta cultura. E, eu agradeço!  Aplausos.
            Aqui estão alguns colegas também para fazer uns agradecimentos, à vontade de fazer parte disso. Chamo o Professor Irineu.

Professor Irineu Borges Gomes saúda em Guarani. "Meu nome é Irineu, eu sou professor da escola Nhamandu Nhemopu'ã, em Itapuã, então eu só tenho a agradecer muito aqui para a Escola Ana Íris e à Professora Ana Cristina e a minha colega,           , obrigado. Então, às vezes eu estava pensando, da oportunidade, mais uma vez de participar do livro e contar um pouco da nossa realidade, de contar o que significam os mais velhos para nós. O que as crianças escreveram, é a verdade. Então, o que eu quero é agradecer à professora e a todos que se envolveram no livro (projeto). Agradece em Guarani. Aplausos".


Diretora do Museu Professora Cláudia Aristimunha: "foi uma honra para nós recebê-los. Nós não fizemos nada, é uma honra recebêĺos todos aqui, é o que importa para nós: a nossa ancestralidade, os professores e professoras, as crianças, e o trabalho que foi feito tratando da diversidade cultural e da ancestralidade.
            Sem esses pilares o museu não tem porque existir, e é por isso que ele está aqui, acolhendo e sentindo extremamente honrado, acolhendo esse trabalho lindo, que foi feito durante o ano inteiro nessa escola, e dizer para os pais que têm os filhos e filhas nestas escolas, nas duas, que é um privilégio ter seus filhos nestas escolas. Aproveitem e que continuemos na luta para que isto não seja destruído, o que se vem tentando destruir diariamente – hoje mesmo houve uma notícia ruim para o município - e que a gente mantenha este projeto, por isso é importante a visibilidade desse trabalho e desses professores guerreiros dessas escolas. Muito obrigado, mesmo, pela presença de vocês. Vocês hoje são as estrelas: avós, filhos/as, professores/as, pais, mães e a comunidade são as estrelas deste momento. Que a gente tenha um ano maravilhoso o ano que vem, que em 2019 a gente possa comemorar mais projetos assim. Aplausos.

Retoma à palavra a Diretora Alessandra Santos da Escola Nhamandu Nhemopu'ã.

             Para nós a educação é bilíngue, mas para além da educação a escola, tem todo um embasamento em cima. Como diz o cacique “o nosso google é a Dona Laurinda”. Ela é a nossa guia, ela é a nossa lista de conteúdos, ela é o nosso mapa conceitual, ela é a nossa pedagogia primeira, porque a partir do conhecimento dela é que nos fortalece cada amanhecer, o que nos faz descansar a cada anoitecer, para que estejamos fortes no próximo dia, e sei que neste projeto ela não esteve só com a nossa escola, ela esteve sim com a escola Ana Íris, e muito. Então assim, o nosso agudievete. Vamos fazer um agudievete bem forte para nossa Laurinda: AGUDIEVETE!!!   Aplausos.

Fala da Laurinda Kerexu: falou em guarani e o Prof. Irineu traduziu: ela agradece os que estão aqui, e principalmente aos professores. Ela pede para iluminar estas pessoas, os professores…. 

A Professora Daniela Kanitz de Souza, da Escola Ana Íris,  faz uma fala de encerramento: "Encerrando essa parte (...) queremos continuar os agradecimentos.
Quando eu Daniela, iria imaginar, há um ano, que iria estar neste momento, neste momento lindo? Eu vim para a escola Ana Iris este ano, e, termino o ano agradecendo. Agradecendo a todos e todas por tudo o que aconteceu profissionalmente comigo e cada um de vocês e cada uma de vocês ,fazem parte disso, muito obrigada, muito obrigada aos meus colegas professores e professoras da aldeia, as indígenas que eu conheci, a Dona Laurinda que eu fui cumprimentar, muito obrigada, é muito bom, foi muito bom conhecer voces, obrigada aos professores do integral e ao trabalho deles que está lá nesse livro. As pessoas perguntam: como foi esse livro? Como é, como está o livro? Gente o livro é resultado de um ano todo de trabalho. Por isso ele não foi feito em um dia, dois dias, três dias. O livro foram meses de trabalho, com muitas pessoas apoiando. E agradeço aos pais, às mães, aos avôs, às avós que estão aqui, muito obrigada, que o ano de 2019 seja bem bom para todos e todas, ou melhor, ainda, muito obrigado".


A seguir fotografias de Anabel Gerber com a Escola Ana Iris do Amaral (EMEF-POA-RS) na UFRGS, 2018 e na Aldeia Tekoá Pindó Mirim onde se localiza a EEIEF Nhamandu Nhempu,ã



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5 comentários:

  1. Claudia Porcellis Aristimunha Que trabalho lindo Prof. Jesualdo Freitas! Parabéns!!! Parabéns às alunos/os que fazem parte deste projeto. Obrigada por cobrir este momento tão lindo que tivemos a honra de participar. Obrigada Ana Cristina Motta e Escola Ana Iris. ❤

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  2. Ana Gerber Caro Jesualdo Freitas, obrigada por dar continuidade ao trabalho encabeçado pela colega Ana Cristina Motta , com sua luta incansável pela valorizaçao dos povos indígenas.
    Bem como aproveito para parabenizá-lo. Ao ver os participantes do teu projeto engajados, responsáveis e especialmente felizes por participar daquele momento, tive a certeza que na vida deles vais deixar marcas positivas.
    E que venham os próximos trabalhos!!!

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  3. Ana Cristina Motta,

    Parabéns Jesualdo Freitas e equipe Timbaúva! O trabalho de vocês enriqueceu ainda mais o nosso trabalho. Gratidão por tudo! Mil vezes lindo!!

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  4. Debora Gallas.
    Que legal! Vou mostrar aos estudantes de jornalismo da Fabico!

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  5. Parabéns Jesualdo e aos alunos da EMEF Timbaúva que nos possibilitaram conhecer esse trabalho maravilhoso de intercâmbio cultural entre os alunos da EMEF Ana Iris e os alunos da Escola Nhamandu coordenado pelas professoras dessas escolas. É uma inspiração para outros trabalhos de valorização da cultura Guarani e aprendizagem, como nesse trabalho, dos ensinamentos dos avós. É bom saber que um projeto dessa envergadura tem apoios no museu da UFRGS e em nossa associação ATEMPA. Parabéns a todos os envolvidos!

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